BRICS+ e a Nova Dinâmica das Relações Internacionais


O BRICS, que em 2023 se reinventou ao adicionar 13 novos membros, tornou-se um verdadeiro ímã para países que buscam uma nova perspectiva no cenário global. Com a inclusão de potências como Irã, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Egito e Argentina, o agrupamento, agora conhecido como BRICS+, abrange as principais economias do Sul Global, formando uma aliança impressionante.

Essa expansão não é apenas uma questão de números; é a materialização de uma nova maioria diplomática que opera fora dos limites do tradicional núcleo do sistema internacional. Estamos testemunhando o surgimento de uma força multipolar que desafia o hegemonismo unipolar e neoliberal dos EUA, especialmente desde o fim da Guerra Fria. A reação frenética da mídia reflete o desconforto diante dessa reviravolta.

O Eixo Sul-Sul se transforma em uma força poderosa, tanto econômica quanto geopolítica, enquanto o BRICS+ se estabelece como uma plataforma essencial para a cooperação global, cada vez mais estruturada por uma rede diversificada de bancos de fomento, fóruns e processos de integração.

O mundo que antes se reunia para decidir os destinos em Nova Iorque, Londres, Paris e Tóquio está em plena metamorfose. E a Casa Branca, sem uma alternativa viável a essa nova ordem, parece presa em um labirinto de contenção, conflitos e narrativas dissonantes. É uma dança intrigante de poder e influência que promete mudar o jogo global.

Implicações da Aliança Sul-Sul

  • Fortalecimento da Cooperação: O BRICS+ simboliza um esforço conjunto para abordar questões como desenvolvimento sustentável, segurança alimentar e estabilidade econômica. A colaboração entre esses países é fundamental para a troca de experiências e recursos, contribuindo para um crescimento mais equitativo.
  • Desafios ao Hegemonismo Ocidental: A formação do BRICS+ é uma resposta direta à hegemonia unipolar exercida pelos Estados Unidos. Os países integrantes estão se unindo para afirmar sua voz nas arenas internacionais, buscando um papel mais ativo nas decisões que afetam suas economias e sociedades.
  • Diversificação de Parcerias: A inclusão de uma variedade de países no BRICS+ permite uma abordagem mais diversificada em relação a questões globais. Essa diversidade é essencial para a criação de um sistema internacional mais equilibrado, que não dependa exclusivamente das potências tradicionais.
  • Integração Regional: A aliança Sul-Sul promove a integração regional, permitindo que os países colaborem em projetos que beneficiem suas economias locais e suas comunidades. Isso é crucial para o desenvolvimento sustentável e a estabilidade política na região.

A Derrota de Geraldo Jr.: Uma Reflexão Sobre Estratégia e Identidade Política na Bahia


A recente eleição municipal na Bahia trouxe à tona questões que vão além dos resultados nas urnas. A candidatura de Geraldo Jr. se revelou uma tentativa mal planejada, culminando em uma derrota que muitos já previam. A análise desse cenário nos leva a refletir sobre a importância da identidade política e das alianças estratégicas no atual contexto brasileiro.

Primeiramente, é essencial reconhecer que a candidatura de Geraldo Jr. foi uma "candidatura natimorta". O apoio de figuras influentes do PT, que aparentemente não compreenderam o sentimento da base eleitoral, resultou em uma avaliação equivocada do cenário político. Em tempos em que a polarização é a norma, a conexão com os eleitores é crucial. A falta de sintonia entre a candidatura e os anseios da população foi um dos fatores determinantes para a sua derrota.

Ademais, o histórico político de Geraldo Jr. pesou contra ele. O apoio ao impeachment de Dilma Rousseff e a anterior aproximação com ACM Neto são pontos que não foram esquecidos pelos eleitores. A memória política é uma ferramenta poderosa, e os eleitores de esquerda, que se sentem traídos por alianças com figuras de direita, optaram por Kléber Rosa, um candidato que representa uma continuidade de suas expectativas e valores.

Entretanto, é precipitado afirmar que essa derrota significa um fracasso total para o governador Gerônimo Rodrigues e sua base. O fato de que o grupo político de Gerônimo conquistou 309 dos 417 municípios baianos indica que, apesar de um revés em uma candidatura específica, a base de apoio permanece robusta. Isso sugere que a estratégia política deve ser reavaliada e ajustada, mas não descartada.

Por fim, a eleição municipal de 2024 não deve ser encarada como um indicativo do que acontecerá em 2026. O cenário político é dinâmico e pode mudar rapidamente. Os desafios enfrentados por Geraldo Jr. devem servir como lições para o futuro, enfatizando a necessidade de uma conexão mais profunda com os eleitores de base e uma compreensão mais clara das realidades políticas locais e seu peso no voto da base de esquerda.

Em suma, a derrota de Geraldo Jr. é um alerta para todos os partidos: a política não é apenas uma questão de números, mas de identidade, estratégia e, acima de tudo, de saber escutar as bases políticas. O futuro político da Bahia ainda está em aberto, e a capacidade de adaptação e escuta será fundamental para os próximos passos.